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Covid-19: epidemia avança no Uruguai e fronteira com o Brasil preocupa governo

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O avanço da Covid-19 no Brasil é motivo de preocupação para o Uruguai. O país com o melhor desempenho da região no combate ao SARS-Cov-2 é considerado um caso de sucesso, mas a presença de um número cada vez maior de brasileiros na fronteira do país, além de outros fatores, pode desestabilizar a situação.

Márcio Resende, correspondente em Buenos Aires

A estratégia aplicada no combate à pandemia pelo Uruguai, além de eficaz, é única na região: o pais controla os contágios mesmo dando liberdade total aos seus cidadãos.

Mas, apesar da posição invejável que ainda ocupa, o número de casos tem crescido desde setembro e, nas últimas semanas, gerou alerta entre autoridades e especialistas.

Com o aumento do perigo no Uruguai, as atenções se voltam para a fronteira com o Brasil, por onde o vírus entra mais fácil a partir das seis cidades binacionais.

Essa preocupação com o Brasil é grande, como admite o ministro da Saúde do Uruguai, Daniel Salinas. Em entrevista à RFI Brasil, o ministro define a fronteira com o Brasil como "o calcanhar de Aquiles" do Uruguai.

"Essa fronteira é uma preocupação porque, de alguma maneira, gerou quatro surtos. E o último surto não está sob controle. É um desafio enorme e vai continuar sendo. É o grande calcanhar de Aquiles", admite Salinas.

O sucesso do Uruguai está baseado na grande capacidade de testes, de rastreamento dos contatos e isolamento. Essa receita de testes apoia-se também num eficiente sistema de Saúde e no apego dos uruguaios às normas. Não foi necessário nenhuma quarentena obrigatória: a população acatou as recomendações dos especialistas. Hoje, tudo está permitido no país.

Brasil dispensa ajuda, dizem autoridades

O Uruguai interpreta o lado brasileiro da fronteira como cidade uruguaia do ponto de vista da proteção mútua. O governo do Uruguai quer ajudar o lado brasileiro com testes, mas o Brasil tem dispensado a ajuda.

"As autoridades sanitárias brasileiras não estão recorrendo às nossas capacidades diagnósticas. Não estão pedindo a ajuda que poderíamos dar nos diagnósticos. Há mais circulação viral do lado brasileiro que do lado uruguaio. Isso é um fato", explica o ministro Daniel Salinas.

Das seis cidades binacionais, a principal preocupação é com Santana do Livramento, no Brasil e Rivera, no Uruguai. Para se chegar ao lado uruguaio, basta atravessar a rua. E todos os dias centenas de brasileiros atravessam a rua para compras do lado uruguaio. Nos fins de semana, podem ser até cinco mil pessoas por dia.

"Como irmãos que somos, procuramos colaborar o máximo possível e o nosso desafio é esse ponto vermelho na fronteira. A cidade de Rivera, de 93 mil habitantes, tem 2,6% da população uruguaia, mas concentra 26% dos casos do Uruguai. Então, é evidente que existe um problema", exemplifica Salinas.

Além da fronteira com o Brasil, as outras duas preocupações do Uruguai incluem o comportamento dos jovens e os casos importados de coronavírus por via aérea, apesar de o país ter decidido manter as fronteiras fechadas para o Turismo, responsável por 8% do PIB uruguaio.

"Estamos renunciando ao Turismo. É um sacrifício considerável de divisas para a Economia, mas é necessário porque depois viria um descontrole", afirma Salinas, baseando-se na experiência europeia com as férias de verão.

"Atualmente, cerca de 30% dos casos de coronavírus no Uruguai são de pessoas que estão isoladas em casa, mas assintomáticas. De cada 10 casos, nove são atendidos a domicílio. Apenas um requer internação. De cada 100 pessoas internadas, três precisam de UTI. Desses, 45% sobrevivem. Nossas taxas estão entre os quatro primeiros países do mundo. Estamos nesse pódio", celebra o ministro Daniel Salinas, comparando o país à Nova Zelândia, à Coreia do Sul e ao Japão.

Aumento de casos

No começo de julho, o Uruguai chegou ter apenas 12 casos ativos de coronavírus. O país estava perto de anunciar que tinha vencido a pandemia.

"A sensação de que a pandemia já tinha acabado fez com que o uruguaio perdesse o respeito pelo vírus. Foi uma falsa sensação de segurança. As pessoas falavam sobre a pandemia como algo que já tinha passado. Baixaram a guarda", explicou à RFI Brasil o analista político e diretor da Consultoria Factum, Oscar Bottinelli.

Logo depois, no entanto, os contágios voltaram a crescer, mas continuavam abaixo dos 100 casos ativos. "Foi quando uma série de eventos fizeram os casos dispararem. Passamos de um nível abaixo de 100 para cerca de 500. Quintuplicaram em duas semanas", recorda Bottinelli.

No dia 25 de setembro, uma grande "marcha pela diversidade" levou uma multidão de jovens às ruas de Montevidéu. Dois dias depois, o país enfrentou eleições municipais. A campanha eleitoral na reta final e as comemorações nos dias posteriores fizeram o número aumentar. Em novembro, os 500 casos ativos passaram a 1.000.

Mesmo assim, os números estão entre os melhores do mundo. Com 3.450 milhões de habitantes - metade em Montevidéu-, o número total de contaminados é de 5.117 pessoas. Os contaminados ativos somam 1.022 e os mortos apenas 74, mesmo o Uruguai sendo o país com mais idosos da América Latina - justamente o grupo de maior risco.

Quase 20% da população têm mais de 60 anos e, destes, 10% têm mais de 85 anos. O governo designou um responsável do Ministério da Saúde para acompanhar os uruguaios com mais de 65 anos.

A totalidade da população uruguaia tem acesso à rede hospitalar e ao saneamento básico. O sistema de saúde, integrado entre público e privado, permite a complementação de leitos sem custos para o Estado.

O país também desenvolveu um sistema expandido de atendimento hospitalar a domicílio. São unidades de emergência através das quais os médicos vão até os pacientes e medicamentos são entregues sem que ninguém tenha de sair de casa.

"Evitamos que as pessoas se aglomerassem nos centros assistenciais. Com isso, baixamos a probabilidade de contágios", descreve Salinas.

Uruguaios elogiam, mas também criticam

O presidente uruguaio Luis Lacalle Pou, um liberal, assumiu o governo em 1.º de março, apenas doze dias antes do primeiro caso de coronavírus no país. Para a decisão de apostar na responsabilidade cidadã e na liberdade individual de cada uruguaio, resistindo à proposta de uma quarentena obrigatória, pesou a visão ideológica.

"Nesse ponto, existe uma questão ideológica. Lacalle Pou resistiu. Ele apostou numa linha contrária ao estabelecimento de lockdowns obrigatórios. Isso lhe deu uma margem considerável de prestígio, mas também não foram necessárias outras medidas porque a aceitação voluntária foi alta", avalia Bottinelli.

No entanto, na hora avaliar a popularidade de Lacalle Pou, os uruguaios são exigentes. Segundo uma sondagem da consultora Factum, dirigida por Bottinelli, a aprovação do presidente gira em torno de 56%.

"É um bom nível, mas é uma porcentagem normal no Uruguai. A aprovação da gestão em relação ao coronavírus é de 83%. Mas, quando se somam outros assunto como desemprego, salários, inflação, pobreza, segurança, a média de aprovação cai para 41%. Ou seja: os uruguaios valorizam a parte boa, mas são conscientes da parte ruim", observa os analista Oscar Bottinelli.

Dezembro é um mês festivo com reuniões, despedidas e circulação interna. Pode ser também o ponto de inflexão para o Uruguai manter ou perder o controle do vírus, apesar de o país ter conseguido domá-lo até agora.

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Márcio Resende, correspondente em Buenos Aires

A estratégia aplicada no combate à pandemia pelo Uruguai, além de eficaz, é única na região: o pais controla os contágios mesmo dando liberdade total aos seus cidadãos.

Mas, apesar da posição invejável que ainda ocupa, o número de casos tem crescido desde setembro e, nas últimas semanas, gerou alerta entre autoridades e especialistas.

Com o aumento do perigo no Uruguai, as atenções se voltam para a fronteira com o Brasil, por onde o vírus entra mais fácil a partir das seis cidades binacionais.

Essa preocupação com o Brasil é grande, como admite o ministro da Saúde do Uruguai, Daniel Salinas. Em entrevista à RFI Brasil, o ministro define a fronteira com o Brasil como "o calcanhar de Aquiles" do Uruguai.

"Essa fronteira é uma preocupação porque, de alguma maneira, gerou quatro surtos. E o último surto não está sob controle. É um desafio enorme e vai continuar sendo. É o grande calcanhar de Aquiles", admite Salinas.

O sucesso do Uruguai está baseado na grande capacidade de testes, de rastreamento dos contatos e isolamento. Essa receita de testes apoia-se também num eficiente sistema de Saúde e no apego dos uruguaios às normas. Não foi necessário nenhuma quarentena obrigatória: a população acatou as recomendações dos especialistas. Hoje, tudo está permitido no país.

Brasil dispensa ajuda, dizem autoridades

O Uruguai interpreta o lado brasileiro da fronteira como cidade uruguaia do ponto de vista da proteção mútua. O governo do Uruguai quer ajudar o lado brasileiro com testes, mas o Brasil tem dispensado a ajuda.

"As autoridades sanitárias brasileiras não estão recorrendo às nossas capacidades diagnósticas. Não estão pedindo a ajuda que poderíamos dar nos diagnósticos. Há mais circulação viral do lado brasileiro que do lado uruguaio. Isso é um fato", explica o ministro Daniel Salinas.

Das seis cidades binacionais, a principal preocupação é com Santana do Livramento, no Brasil e Rivera, no Uruguai. Para se chegar ao lado uruguaio, basta atravessar a rua. E todos os dias centenas de brasileiros atravessam a rua para compras do lado uruguaio. Nos fins de semana, podem ser até cinco mil pessoas por dia.

"Como irmãos que somos, procuramos colaborar o máximo possível e o nosso desafio é esse ponto vermelho na fronteira. A cidade de Rivera, de 93 mil habitantes, tem 2,6% da população uruguaia, mas concentra 26% dos casos do Uruguai. Então, é evidente que existe um problema", exemplifica Salinas.

Além da fronteira com o Brasil, as outras duas preocupações do Uruguai incluem o comportamento dos jovens e os casos importados de coronavírus por via aérea, apesar de o país ter decidido manter as fronteiras fechadas para o Turismo, responsável por 8% do PIB uruguaio.

"Estamos renunciando ao Turismo. É um sacrifício considerável de divisas para a Economia, mas é necessário porque depois viria um descontrole", afirma Salinas, baseando-se na experiência europeia com as férias de verão.

"Atualmente, cerca de 30% dos casos de coronavírus no Uruguai são de pessoas que estão isoladas em casa, mas assintomáticas. De cada 10 casos, nove são atendidos a domicílio. Apenas um requer internação. De cada 100 pessoas internadas, três precisam de UTI. Desses, 45% sobrevivem. Nossas taxas estão entre os quatro primeiros países do mundo. Estamos nesse pódio", celebra o ministro Daniel Salinas, comparando o país à Nova Zelândia, à Coreia do Sul e ao Japão.

Aumento de casos

No começo de julho, o Uruguai chegou ter apenas 12 casos ativos de coronavírus. O país estava perto de anunciar que tinha vencido a pandemia.

"A sensação de que a pandemia já tinha acabado fez com que o uruguaio perdesse o respeito pelo vírus. Foi uma falsa sensação de segurança. As pessoas falavam sobre a pandemia como algo que já tinha passado. Baixaram a guarda", explicou à RFI Brasil o analista político e diretor da Consultoria Factum, Oscar Bottinelli.

Logo depois, no entanto, os contágios voltaram a crescer, mas continuavam abaixo dos 100 casos ativos. "Foi quando uma série de eventos fizeram os casos dispararem. Passamos de um nível abaixo de 100 para cerca de 500. Quintuplicaram em duas semanas", recorda Bottinelli.

No dia 25 de setembro, uma grande "marcha pela diversidade" levou uma multidão de jovens às ruas de Montevidéu. Dois dias depois, o país enfrentou eleições municipais. A campanha eleitoral na reta final e as comemorações nos dias posteriores fizeram o número aumentar. Em novembro, os 500 casos ativos passaram a 1.000.

Mesmo assim, os números estão entre os melhores do mundo. Com 3.450 milhões de habitantes - metade em Montevidéu-, o número total de contaminados é de 5.117 pessoas. Os contaminados ativos somam 1.022 e os mortos apenas 74, mesmo o Uruguai sendo o país com mais idosos da América Latina - justamente o grupo de maior risco.

Quase 20% da população têm mais de 60 anos e, destes, 10% têm mais de 85 anos. O governo designou um responsável do Ministério da Saúde para acompanhar os uruguaios com mais de 65 anos.

A totalidade da população uruguaia tem acesso à rede hospitalar e ao saneamento básico. O sistema de saúde, integrado entre público e privado, permite a complementação de leitos sem custos para o Estado.

O país também desenvolveu um sistema expandido de atendimento hospitalar a domicílio. São unidades de emergência através das quais os médicos vão até os pacientes e medicamentos são entregues sem que ninguém tenha de sair de casa.

"Evitamos que as pessoas se aglomerassem nos centros assistenciais. Com isso, baixamos a probabilidade de contágios", descreve Salinas.

Uruguaios elogiam, mas também criticam

O presidente uruguaio Luis Lacalle Pou, um liberal, assumiu o governo em 1.º de março, apenas doze dias antes do primeiro caso de coronavírus no país. Para a decisão de apostar na responsabilidade cidadã e na liberdade individual de cada uruguaio, resistindo à proposta de uma quarentena obrigatória, pesou a visão ideológica.

"Nesse ponto, existe uma questão ideológica. Lacalle Pou resistiu. Ele apostou numa linha contrária ao estabelecimento de lockdowns obrigatórios. Isso lhe deu uma margem considerável de prestígio, mas também não foram necessárias outras medidas porque a aceitação voluntária foi alta", avalia Bottinelli.

No entanto, na hora avaliar a popularidade de Lacalle Pou, os uruguaios são exigentes. Segundo uma sondagem da consultora Factum, dirigida por Bottinelli, a aprovação do presidente gira em torno de 56%.

"É um bom nível, mas é uma porcentagem normal no Uruguai. A aprovação da gestão em relação ao coronavírus é de 83%. Mas, quando se somam outros assunto como desemprego, salários, inflação, pobreza, segurança, a média de aprovação cai para 41%. Ou seja: os uruguaios valorizam a parte boa, mas são conscientes da parte ruim", observa os analista Oscar Bottinelli.

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