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Brasileiro faz sucesso no esporte nacional da Venezuela: o beisebol

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Um curitibano vem fazendo sucesso na Venezuela graças ao esporte nacional do país: o beisebol. Leonardo Reginatto é um dos jogadores mais reconhecidos das torcidas e quadras venezuelanas. Ele já passou por várias equipes e atualmente joga no Caribes de Anzoátegui, cuja sede fica na cidade de Puerto La Cruz (no leste do país). Ele cumpre na Venezuela o sonho de viver de um esporte ainda em expansão no Brasil.

Elianah Jorge, correspondente da RFI Brasil em Caracas

“Para mim era um sonho poder ter jogado essa Liga, sei que é a qualidade que essa Liga tem, uma Liga de jogadores com muitos nomes, com muitas experiências, então para mim era sempre um sonho. Graças a Deus eu pude cumpri-lo! Já ganhei essa Liga duas vezes: ganhei o ano passado e também ganhei com o Magallanes um ano antes. Então estou muito feliz em poder ter ganhado dois títulos aqui nessa Liga, onde eu sempre sonhei jogar”, diz o jogador.

O beisebol chegou muito cedo à vida do brasileiro, quando Leonardo Reginatto ainda era um menino. “Eu comecei no esporte por causa de um vizinho de nacionalidade japonesa. O beisebol no Brasil foi trazidos por eles, os japoneses. A gente estava morando no mesmo condomínio e eles convidaram a gente para começar a jogar. Eu tinha na época cerca de 5 ou 6 anos. Meu irmão já tinha oito, e o mais velho dez anos. Foi nessa idade que a gente começou (a jogar) e por causa do convite deles que a gente conheceu o beisebol”.

Das brincadeiras de criança, Reginatto tomou gosto pelo beisebol e fez do esporte sua profissão. Ele, inclusive, representou o país natal em torneios internacionais. “O que mais me emociona é tudo que o beisebol pode me proporcionar, conhecer vários lugares, jogar um esporte que eu me apaixonei desde pequeno como profissão, já faz 14, 15 anos que eu estou jogando, então poder representar o Brasil também e viver do esporte para mim sempre foi um sonho. A paixão que eu tenho pelo beisebol é o que me motiva”, destaca.

A Venezuela é o único país da América do Sul onde o beisebol é esporte nacional. Essa história anda lado a lado com a expansão da produção de petróleo em território venezuelano, no final do século 19. Os americanos que chegaram trabalhar nos campos petroleiros jogavam beisebol nas horas vagas. A popularidade foi aumentando até o beisebol virar o esporte nacional. Enquanto nos países vizinhos abundam quadras de futebol, na Venezuela elas são de beisebol.

Leonardo conta parte de sua história, vivida nas quadras de vários países da região: “Eu fui para os Estados Unidos, joguei 10 anos lá. Também jogo na liga do México agora. Joguei em uma na liga do Canadá, joguei um pouco na liga do Panamá. Joguei na liga dominicana e agora na Venezuela. Essa vai ser minha sexta temporada aqui”.

No beisebol, um jogador pode atuar em diferentes times, desde que não sejam do mesmo país e nem durante a mesma competição, a chamada liga. Por isso Leo compete na Venezuela na Liga de Inverno, e em seguida vai para o México atuar na disputa local. Atualmente, os times da Liga Venezuelana de Beisebol Profissional (LVBP) buscam a classificação para a Série do Caribe, o torneio anual jogado em fevereiro onde o vitorioso de cada país busca o título de campeão.

Reginatto lembra seus melhores momentos: “Nessa liga aqui da Venezuela, os melhores momentos foram ser campeão com Magalhães, que foi meu primeiro título. Logo no ano passado com o Tiburones também. E também com o Tiburones a gente conseguiu vencer a Série do Caribe, que é o campeão geral. Por exemplo da liga venezuelana, da liga mexicana, da liga dominicana, da liga de Curaçao. Eles fazem um torneio dos campeões e a gente acabou sendo campeão também. Isso se chama a Série do Caribe. Então esses foram os momentos mais importantes, com certeza”.

O beisebol é um esporte de estratégia. As partidas podem variar de uma hora e meia a até seis horas. Na quadra, os dois times adversários, integrados por nove jogadores, buscam fazer pontos após o jogador acertar a bola com o bastão e correr pelas quatro bases do campo - o chamado “run”. De maneira bem simplificada: para anotar uma corrida (run), o jogador na posição de rebatedor precisa acertar a bola e correr pelas bases até voltar à base, também chamada “home plate”. O trabalho do time que está defendendo é impedir que o adversário consiga alcançar as bases e, assim, fazer ponto.

Criado nos Estados Unidos, em 1846, a linguagem deste esporte é bastante própria. Muitos termos foram mantidos em inglês. Leonardo explica a posição em que joga: “Eu sempre joguei de “infielder”, que são aqueles que ficam mais à frente pegando as bolas rasteiras. Essa tem sido a minha posição de toda a vida”.

Para iniciar no beisebol é preciso investir na indumentária, e sai caro. Além da bola, é preciso o bastão, luvas, uniforme com boné e tênis e, dependendo da posição do jogador, um capacete e um espécie de protetor frontal. Mas para aqueles que viram profissionais o investimento que vale cada centavo.

O beisebol é um dos esportes mais movimentam dinheiro no mundo. Só a Major League Baseball (MLB), organização americana de beisebol profissional, gira cerca de U$ 10 bilhões por ano. Na Venezuela o beisebol movimenta cerca de U$ 35 milhões por temporada, de acordo com o Instituto de Estudos Superiores de Administração (IESA).

Leonardo não comenta quanto ganha. Na Venezuela o salário de um jogador iniciante supera os cinco mil dólares. Mas José Altuve, o jogador venezuelano mais bem pago da atualidade, ganha cerca de U$ 43 milhões por ano para jogar em um time dos Estados Unidos.

Ganhos "vão além da parte financeira"

“Os maiores êxitos, para mim, primeiro foi ter conseguido ser jogador profissional. Ter ganho dois títulos aqui na Venezuela, um também na própria Série do Caribe; ter ajudado o Brasil a se classificar para a Copa do Mundo uma vez. Para mim esses foram os momentos mais marcantes”, diz ele.

Em seu histórico como jogador profissional de beisebol, Leonardo também comemora ter representado seu país natal: “Defendi a Seleção Brasileira quando pequeno, campeonatos pan-americanos, sul-americanos”.

Nos dias de jogos, o clima nos estádios venezuelanos é de alegria. É comum a venda de uísque, cerveja, tequeños (tradicional salgado recheado com queijo), além da presença das mascotes de cada time. O do Caribes de Anzoátegui é o Caribito, um boneco branco grande vestido com o uniforme do time.

Há rivalidade, mas é mais amena do que no Brasil e o risco de distúrbio entre as torcidas é quase nulo. Na Venezuela, a maior rivalidade recai sobre os torcedores do Leones de Caracas e os do Navegantes del Magallanes. O clima é mais familiar, se comparado aos estádios brasileiros.

Leo identifica semelhanças: “Por exemplo, uma pessoa que nasceu em São Paulo, geralmente torce para o Corinthians, São Paulo, Palmeiras, esse tipo de coisa acontece aqui. Então, é uma liga com bastantes torcedores dos países. Eles acompanham bastante, transmitem na TV e tal. Nas finais os estádios sempre estão cheios. Tem aquela rivalidade, me lembra bastante o futebol do Brasil”.

Assim como nos outros esportes, um atleta do beisebol não costuma passar dos 40 anos na carreira. Leonardo Reginatto espera poder ficar por mais tempo nas quadras fazendo o que mais gosta na vida: “Minha metas é seguir jogando nessas ligas de alto nível. Não sei até onde eu vou jogar, na verdade, já tenho 34 anos. Continuar jogando com um bom nível, até onde eu conseguir, até onde eu aguentar, até onde eu tiver oportunidade”.

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Elianah Jorge, correspondente da RFI Brasil em Caracas

“Para mim era um sonho poder ter jogado essa Liga, sei que é a qualidade que essa Liga tem, uma Liga de jogadores com muitos nomes, com muitas experiências, então para mim era sempre um sonho. Graças a Deus eu pude cumpri-lo! Já ganhei essa Liga duas vezes: ganhei o ano passado e também ganhei com o Magallanes um ano antes. Então estou muito feliz em poder ter ganhado dois títulos aqui nessa Liga, onde eu sempre sonhei jogar”, diz o jogador.

O beisebol chegou muito cedo à vida do brasileiro, quando Leonardo Reginatto ainda era um menino. “Eu comecei no esporte por causa de um vizinho de nacionalidade japonesa. O beisebol no Brasil foi trazidos por eles, os japoneses. A gente estava morando no mesmo condomínio e eles convidaram a gente para começar a jogar. Eu tinha na época cerca de 5 ou 6 anos. Meu irmão já tinha oito, e o mais velho dez anos. Foi nessa idade que a gente começou (a jogar) e por causa do convite deles que a gente conheceu o beisebol”.

Das brincadeiras de criança, Reginatto tomou gosto pelo beisebol e fez do esporte sua profissão. Ele, inclusive, representou o país natal em torneios internacionais. “O que mais me emociona é tudo que o beisebol pode me proporcionar, conhecer vários lugares, jogar um esporte que eu me apaixonei desde pequeno como profissão, já faz 14, 15 anos que eu estou jogando, então poder representar o Brasil também e viver do esporte para mim sempre foi um sonho. A paixão que eu tenho pelo beisebol é o que me motiva”, destaca.

A Venezuela é o único país da América do Sul onde o beisebol é esporte nacional. Essa história anda lado a lado com a expansão da produção de petróleo em território venezuelano, no final do século 19. Os americanos que chegaram trabalhar nos campos petroleiros jogavam beisebol nas horas vagas. A popularidade foi aumentando até o beisebol virar o esporte nacional. Enquanto nos países vizinhos abundam quadras de futebol, na Venezuela elas são de beisebol.

Leonardo conta parte de sua história, vivida nas quadras de vários países da região: “Eu fui para os Estados Unidos, joguei 10 anos lá. Também jogo na liga do México agora. Joguei em uma na liga do Canadá, joguei um pouco na liga do Panamá. Joguei na liga dominicana e agora na Venezuela. Essa vai ser minha sexta temporada aqui”.

No beisebol, um jogador pode atuar em diferentes times, desde que não sejam do mesmo país e nem durante a mesma competição, a chamada liga. Por isso Leo compete na Venezuela na Liga de Inverno, e em seguida vai para o México atuar na disputa local. Atualmente, os times da Liga Venezuelana de Beisebol Profissional (LVBP) buscam a classificação para a Série do Caribe, o torneio anual jogado em fevereiro onde o vitorioso de cada país busca o título de campeão.

Reginatto lembra seus melhores momentos: “Nessa liga aqui da Venezuela, os melhores momentos foram ser campeão com Magalhães, que foi meu primeiro título. Logo no ano passado com o Tiburones também. E também com o Tiburones a gente conseguiu vencer a Série do Caribe, que é o campeão geral. Por exemplo da liga venezuelana, da liga mexicana, da liga dominicana, da liga de Curaçao. Eles fazem um torneio dos campeões e a gente acabou sendo campeão também. Isso se chama a Série do Caribe. Então esses foram os momentos mais importantes, com certeza”.

O beisebol é um esporte de estratégia. As partidas podem variar de uma hora e meia a até seis horas. Na quadra, os dois times adversários, integrados por nove jogadores, buscam fazer pontos após o jogador acertar a bola com o bastão e correr pelas quatro bases do campo - o chamado “run”. De maneira bem simplificada: para anotar uma corrida (run), o jogador na posição de rebatedor precisa acertar a bola e correr pelas bases até voltar à base, também chamada “home plate”. O trabalho do time que está defendendo é impedir que o adversário consiga alcançar as bases e, assim, fazer ponto.

Criado nos Estados Unidos, em 1846, a linguagem deste esporte é bastante própria. Muitos termos foram mantidos em inglês. Leonardo explica a posição em que joga: “Eu sempre joguei de “infielder”, que são aqueles que ficam mais à frente pegando as bolas rasteiras. Essa tem sido a minha posição de toda a vida”.

Para iniciar no beisebol é preciso investir na indumentária, e sai caro. Além da bola, é preciso o bastão, luvas, uniforme com boné e tênis e, dependendo da posição do jogador, um capacete e um espécie de protetor frontal. Mas para aqueles que viram profissionais o investimento que vale cada centavo.

O beisebol é um dos esportes mais movimentam dinheiro no mundo. Só a Major League Baseball (MLB), organização americana de beisebol profissional, gira cerca de U$ 10 bilhões por ano. Na Venezuela o beisebol movimenta cerca de U$ 35 milhões por temporada, de acordo com o Instituto de Estudos Superiores de Administração (IESA).

Leonardo não comenta quanto ganha. Na Venezuela o salário de um jogador iniciante supera os cinco mil dólares. Mas José Altuve, o jogador venezuelano mais bem pago da atualidade, ganha cerca de U$ 43 milhões por ano para jogar em um time dos Estados Unidos.

Ganhos "vão além da parte financeira"

“Os maiores êxitos, para mim, primeiro foi ter conseguido ser jogador profissional. Ter ganho dois títulos aqui na Venezuela, um também na própria Série do Caribe; ter ajudado o Brasil a se classificar para a Copa do Mundo uma vez. Para mim esses foram os momentos mais marcantes”, diz ele.

Em seu histórico como jogador profissional de beisebol, Leonardo também comemora ter representado seu país natal: “Defendi a Seleção Brasileira quando pequeno, campeonatos pan-americanos, sul-americanos”.

Nos dias de jogos, o clima nos estádios venezuelanos é de alegria. É comum a venda de uísque, cerveja, tequeños (tradicional salgado recheado com queijo), além da presença das mascotes de cada time. O do Caribes de Anzoátegui é o Caribito, um boneco branco grande vestido com o uniforme do time.

Há rivalidade, mas é mais amena do que no Brasil e o risco de distúrbio entre as torcidas é quase nulo. Na Venezuela, a maior rivalidade recai sobre os torcedores do Leones de Caracas e os do Navegantes del Magallanes. O clima é mais familiar, se comparado aos estádios brasileiros.

Leo identifica semelhanças: “Por exemplo, uma pessoa que nasceu em São Paulo, geralmente torce para o Corinthians, São Paulo, Palmeiras, esse tipo de coisa acontece aqui. Então, é uma liga com bastantes torcedores dos países. Eles acompanham bastante, transmitem na TV e tal. Nas finais os estádios sempre estão cheios. Tem aquela rivalidade, me lembra bastante o futebol do Brasil”.

Assim como nos outros esportes, um atleta do beisebol não costuma passar dos 40 anos na carreira. Leonardo Reginatto espera poder ficar por mais tempo nas quadras fazendo o que mais gosta na vida: “Minha metas é seguir jogando nessas ligas de alto nível. Não sei até onde eu vou jogar, na verdade, já tenho 34 anos. Continuar jogando com um bom nível, até onde eu conseguir, até onde eu aguentar, até onde eu tiver oportunidade”.

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