Artwork

Konten disediakan oleh ter.a.pia. Semua konten podcast termasuk episode, grafik, dan deskripsi podcast diunggah dan disediakan langsung oleh ter.a.pia atau mitra platform podcast mereka. Jika Anda yakin seseorang menggunakan karya berhak cipta Anda tanpa izin, Anda dapat mengikuti proses yang diuraikan di sini https://id.player.fm/legal.
Player FM - Aplikasi Podcast
Offline dengan aplikasi Player FM !

Descobri minha família com o assassinato de um parente na TV

8:38
 
Bagikan
 

Manage episode 451270995 series 2932941
Konten disediakan oleh ter.a.pia. Semua konten podcast termasuk episode, grafik, dan deskripsi podcast diunggah dan disediakan langsung oleh ter.a.pia atau mitra platform podcast mereka. Jika Anda yakin seseorang menggunakan karya berhak cipta Anda tanpa izin, Anda dapat mengikuti proses yang diuraikan di sini https://id.player.fm/legal.

Jaqueline cresceu sem saber muito sobre suas raízes e só foi ter certeza de quem era sua família com a morte de um parente na TV, o caso do indígena Galdino, assassinado em Brasília. Ainda criança, Jaqueline fez uma pergunta que ficaria sem resposta por muitos anos: “Vó, a gente é índio?”. A avó reagiu apenas com um gesto: 🤫. Naquela época, ser indígena não era motivo de orgulho, mas de medo. Quando Jaqueline tinha apenas oito anos, sua mãe faleceu, e a família foi levada para a Bahia, para viver com sua avó. As lembranças desse período são marcantes: a casa simples de barro e palha, sem energia elétrica, e as lições de vida que a avó ensinava, mesmo sem saber ler ou escrever. Era uma vida simples, mas cheia de amor e partilha. Aos 15 anos, Jaqueline voltou para Ribeirão, mas o retorno foi doloroso. Na escola, a vergonha por suas origens a fez esconder quem ela realmente era. O pacto de silêncio da família sobre a identidade indígena pesava sobre ela, e Jaqueline respeitava isso. Não falava sobre o assunto. Tudo mudou em um domingo, quando seu pai pediu para ligarem a televisão. O que ela viu na tela mudou sua vida para sempre. Era o velório de Galdino Jesus dos Santos, um indígena assassinado em Brasília. Seu pai começou a apontar para a tela, reconhecendo rostos: “Essa é minha tia, esse é meu primo”. Foi naquele momento que Jaqueline soube que sua família era parte do povo Pataxó Hã Hã Hãe. Não havia mais como negar quem ela era. Jaqueline descobriu a história dolorosa de sua avó, que havia sido expulsa de suas terras por fazendeiros. O trauma de ser perseguida deixou marcas profundas, e sua avó optou por silenciar sobre seu passado. Em 2000, Jaqueline decidiu visitar a aldeia de Catarina Caramuru Paraguaçu. Foi lá que ela reencontrou seus tios e ouviu as histórias de luta pela terra, histórias de resistência e coragem. Foi lá que ela recebeu um documento do cacique, comprovando seu sangue indígena. Porém, a luta por reconhecimento continuava. Durante a pandemia, Jaqueline ouviu de uma enfermeira que não poderia tomar a vacina antecipadamente, como era liberado para pessoas indígenas, porque ela não “andava pelada”. Mas Jaqueline não se calou e passou a representar os indígenas da sua cidade, lutando para que sua família e outros fossem reconhecidos. Em 2024, ela viu um marco importante: foi inaugurado o primeiro posto de saúde com uma sala de referência para atendimento aos povos indígenas no ABC paulista. Hoje, Jaqueline carrega com orgulho a identidade que um dia foi motivo de silêncio e medo. Ela é Pataxó Hã Hã Hãe, e sua luta pelo reconhecimento indígena é o legado que sua avó lhe deixou. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

  continue reading

176 episode

Artwork
iconBagikan
 
Manage episode 451270995 series 2932941
Konten disediakan oleh ter.a.pia. Semua konten podcast termasuk episode, grafik, dan deskripsi podcast diunggah dan disediakan langsung oleh ter.a.pia atau mitra platform podcast mereka. Jika Anda yakin seseorang menggunakan karya berhak cipta Anda tanpa izin, Anda dapat mengikuti proses yang diuraikan di sini https://id.player.fm/legal.

Jaqueline cresceu sem saber muito sobre suas raízes e só foi ter certeza de quem era sua família com a morte de um parente na TV, o caso do indígena Galdino, assassinado em Brasília. Ainda criança, Jaqueline fez uma pergunta que ficaria sem resposta por muitos anos: “Vó, a gente é índio?”. A avó reagiu apenas com um gesto: 🤫. Naquela época, ser indígena não era motivo de orgulho, mas de medo. Quando Jaqueline tinha apenas oito anos, sua mãe faleceu, e a família foi levada para a Bahia, para viver com sua avó. As lembranças desse período são marcantes: a casa simples de barro e palha, sem energia elétrica, e as lições de vida que a avó ensinava, mesmo sem saber ler ou escrever. Era uma vida simples, mas cheia de amor e partilha. Aos 15 anos, Jaqueline voltou para Ribeirão, mas o retorno foi doloroso. Na escola, a vergonha por suas origens a fez esconder quem ela realmente era. O pacto de silêncio da família sobre a identidade indígena pesava sobre ela, e Jaqueline respeitava isso. Não falava sobre o assunto. Tudo mudou em um domingo, quando seu pai pediu para ligarem a televisão. O que ela viu na tela mudou sua vida para sempre. Era o velório de Galdino Jesus dos Santos, um indígena assassinado em Brasília. Seu pai começou a apontar para a tela, reconhecendo rostos: “Essa é minha tia, esse é meu primo”. Foi naquele momento que Jaqueline soube que sua família era parte do povo Pataxó Hã Hã Hãe. Não havia mais como negar quem ela era. Jaqueline descobriu a história dolorosa de sua avó, que havia sido expulsa de suas terras por fazendeiros. O trauma de ser perseguida deixou marcas profundas, e sua avó optou por silenciar sobre seu passado. Em 2000, Jaqueline decidiu visitar a aldeia de Catarina Caramuru Paraguaçu. Foi lá que ela reencontrou seus tios e ouviu as histórias de luta pela terra, histórias de resistência e coragem. Foi lá que ela recebeu um documento do cacique, comprovando seu sangue indígena. Porém, a luta por reconhecimento continuava. Durante a pandemia, Jaqueline ouviu de uma enfermeira que não poderia tomar a vacina antecipadamente, como era liberado para pessoas indígenas, porque ela não “andava pelada”. Mas Jaqueline não se calou e passou a representar os indígenas da sua cidade, lutando para que sua família e outros fossem reconhecidos. Em 2024, ela viu um marco importante: foi inaugurado o primeiro posto de saúde com uma sala de referência para atendimento aos povos indígenas no ABC paulista. Hoje, Jaqueline carrega com orgulho a identidade que um dia foi motivo de silêncio e medo. Ela é Pataxó Hã Hã Hãe, e sua luta pelo reconhecimento indígena é o legado que sua avó lhe deixou. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

  continue reading

176 episode

Semua episode

×
 
Loading …

Selamat datang di Player FM!

Player FM memindai web untuk mencari podcast berkualitas tinggi untuk Anda nikmati saat ini. Ini adalah aplikasi podcast terbaik dan bekerja untuk Android, iPhone, dan web. Daftar untuk menyinkronkan langganan di seluruh perangkat.

 

Panduan Referensi Cepat