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Legislativas francesas podem "afectar relações entre África e Europa"

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O projecto da União Nacional, em particular os temas de direitos humanos e de imigração, têm vindo a preocupar africanos e outros estrangeiros em França. A vitória de um partido extremista à primeira volta das eleições legislativas é vista com "apreensão", podendo ter "repercussões negativas no relacionamento entre África e a Europa", alerta o antigo representante de Cabo Verde junto da União Europeia, Fernando Wahnon.

A União Nacional, partido de extrema-direita de Jordan Bardella, venceu no domingo as eleições legislativas, com 29,25% dos votos a nível nacional e 33,15% com a coligação com alguns deputados d'Os Republicanos. A esquerda, unida sob a bandeira da Nova Frente Popular, conquistou 27,99% dos votos e a coligação Juntos pela República, no qual se encontra o partido de Emmanuel Macron, ficou em terceiro lugar com 20,04% dos votos.

RFI: Quais podem ser as consequências destas eleições para África?

Fernando Wahnon: Gostaria de dizer que em relação a essa questão para termos uma ideia um pouco mais clara será necessário esperar pela continuação das eleições, portanto, os resultados de domingo, os resultados definitivos sobre esta matéria. Fazer um escrutínio exacto do que é que poderá ser a nova política quer para a Europa, quer a nova política africana francesa e suas consequências parece-me ser difícil enumerar exactamente o que é que pode acontecer. Diria que, de uma forma geral, olhamos todos com bastante apreensão para as repercussões que a extrema-direita ou que a política de extrema-direita possa implementar e nas repercussões negativas no relacionamento entre África e a Europa, nomeadamente em todos os laços que têm a ver com a cooperação e, principalmente, as grandes questões ligadas à imigração. Quando falo de imigração, não falo daqueles que pretendem, eventualmente, ir para França ou trabalhar em França, mas falo essencialmente daqueles que já lá se encontram. Quais serão as consequências relativamente a esses que neste momento residem em França?

"Além fronteiras francesas, a chegada de um partido extremista ao poder levanta preocupações", aponta o jornal maliano Malikilé. Isto é uma das preocupações para alguns países francófonos no continente africano, o receio desta ascensão da extrema-direita em França?

Eu penso que, efectivamente, para toda a humanidade, a ascensão da extrema-direita em qualquer país representa um perigo e um golpe possível à democracia existente e, como tal, por consequência, afectará toda a humanidade. É um sinal de preocupação. Nós, de uma forma geral, em África, estamos preocupados com esta situação, pelas implicações, pelas razões históricas que unem a França ao continente africano, nomeadamente aos novos países que foram colónias de França e de que têm uma relação privilegiada com a França. Naturalmente olham para o futuro com alguma preocupação - e, sobretudo, penso eu, que com muitas interrogações. Interrogações essas que nós, neste momento não podemos esquecer, nem tão pouco saber exactamente até onde elas vão. Poderá afectar as relações económicas, poderá afectar as relações de cooperação, Poderá afectar as relações existentes até seguramente a nível político. Mas as questões advêm para a imigração e, portanto, isso tudo é uma grande interrogação, é uma grande dificuldade e uma grande apreensão para todos.

A França tem ligações fortes com países luso-africanos, nomeadamente através de organizações, como é o caso da OIF?

Naturalmente porque esta situação e daí nós não conhecermos a extensão do que poderá ser uma alteração da política externa e da política africana, em particular da França. Porque não sabemos, não nos foi dito, não está enunciado de uma forma consequente. Estamos ainda a falar de valores. As indicações que nos são dadas não nos deixam tranquilos, mas têm muito a ver também com todas as organizações internacionais. Qual será a postura da França no futuro nessas organizações internacionais, relativamente a todas as matérias da agenda internacional? Qual será a posição da França? Esta questão, que afectará de forma determinante as posições das organizações internacionais? A própria Organização das Nações Unidas, onde a França está representada, onde tem assento no Conselho Permanente.

Bem como a União Europeia, que é o maior investidor em África. Que impacto é que estas eleições podem ter na Europa, já que a França é um dos dois eixos principais da organização. Pode vir a ter impacto nas relações entre a União Europeia e países africanos?

Concordo em absoluto. Uma vez mais estamos face a uma série de incógnitas, porque não se trata aqui de uma relação meramente bilateral que pode ser afectada e mesmo essa sendo afectada, não conhecemos a amplitude que poderá atingir essas mudanças, mas também a nível multilateral. Que alterações poderão existir? Não falamos só de cooperação para o desenvolvimento, que é uma questão muito importante, nomeadamente, como acaba de citar na própria União Europeia. Saber qual é o futuro da França na União Europeia. Consequências terão? O chanceler alemão e as autoridades alemãs andam muito preocupadas também com esta ascensão da extrema-direita em França. É uma situação, como digo, que não só pode trazer grandes alterações na política europeia e, por consequência, na própria política da Europa, como diz bem da União Europeia em relação a África. Nós não sabemos o que poderá acontecer porque é difícil vislumbrar exactamente tudo o que poderá acontecer neste momento. Temos neste momento algumas pistas, mas não sabemos exactamente o que vai acontecer.

Este sistema francês semi-presidencialista não salvaguarda a questão da política externa, nas mãos do Presidente Emmanuel Macron?

Sim e não. Sim, porque o Presidente efectivamente tem essa força. Não porque acaba por não ter os instrumentos para o fazer.

Isto é, uma maioria parlamentar?

Exactamente. É o sistema francês, a Constituição francesa que assim determinou. E assim tem sido. Pode servir como algum travão em relação a determinadas políticas que, mais uma vez, nós não sabemos quais serão. Em termos práticos, quando eu digo que não sabemos quais serão refiro-me à sua exequibilidade. O que é que vai acontecer em termos práticos? Será difícil neste momento, o que é que vai ser legislado? Esta é a grande preocupação de todos. No fundo, a preocupação não é só dos europeus, nem só dos africanos. É uma preocupação global porque a França, sendo um actor maior das relações internacionais, acaba por afectar grande parte dos países, nomeadamente africanos.

O site argelino TSA - Tudo sobre a Argélia - titulava esta segunda-feira o voto contra os outros. A publicação lembra que o partido de Jordana Bardella propõe acabar com ajudas sociais aos imigrantes em situação legal, prevê privilegiar a habitação social para os franceses, expulsar os imigrantes ilegais que fiquem, por exemplo, seis meses a viver de subsídios de desemprego, mesmo que tenham trabalhado durante vários anos. A União Nacional quer abolir os vistos e denunciar o acordo de imigração de 68, nomeadamente com a Argélia. Para este órgão de comunicação, o partido de extrema-direita pode criar um braço-de-ferro com parceiros do outro lado do Mediterrâneo. Este é um cenário possível?

É um cenário possível. Efectivamente, essas medidas que a extrema-direita anunciou, como acaba de referir, são algumas das medidas porque poderão haver muitas mais, poderão muitas outras decorrer dessas medidas já enunciadas. Não sabemos exactamente até onde elas poderão ir. Seguramente, em relação aos países que têm uma forte emigração em França e nomeadamente, os países do Norte de África, esta situação é lhes particularmente preocupante. Se a estas ameaças de romper acordos, nós não sabemos quais são os acordos que vão ser rompidos. Estes, por exemplo, com a Argélia, é uma ameaça, não é? Mas nós não sabemos quais são todos os outros e o que é que pode decorrer disto. A meu ver, esta é a grande dificuldade, porque não é possível, neste momento, traçar um cenário completo. Traçamos partes do cenário que já não nos agrada e que nos preocupa e não sabemos exactamente tudo o que vai decorrer desse cenário. Porque o grande medo e o grande problema é esse não se esgotar por aí?

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A União Nacional, partido de extrema-direita de Jordan Bardella, venceu no domingo as eleições legislativas, com 29,25% dos votos a nível nacional e 33,15% com a coligação com alguns deputados d'Os Republicanos. A esquerda, unida sob a bandeira da Nova Frente Popular, conquistou 27,99% dos votos e a coligação Juntos pela República, no qual se encontra o partido de Emmanuel Macron, ficou em terceiro lugar com 20,04% dos votos.

RFI: Quais podem ser as consequências destas eleições para África?

Fernando Wahnon: Gostaria de dizer que em relação a essa questão para termos uma ideia um pouco mais clara será necessário esperar pela continuação das eleições, portanto, os resultados de domingo, os resultados definitivos sobre esta matéria. Fazer um escrutínio exacto do que é que poderá ser a nova política quer para a Europa, quer a nova política africana francesa e suas consequências parece-me ser difícil enumerar exactamente o que é que pode acontecer. Diria que, de uma forma geral, olhamos todos com bastante apreensão para as repercussões que a extrema-direita ou que a política de extrema-direita possa implementar e nas repercussões negativas no relacionamento entre África e a Europa, nomeadamente em todos os laços que têm a ver com a cooperação e, principalmente, as grandes questões ligadas à imigração. Quando falo de imigração, não falo daqueles que pretendem, eventualmente, ir para França ou trabalhar em França, mas falo essencialmente daqueles que já lá se encontram. Quais serão as consequências relativamente a esses que neste momento residem em França?

"Além fronteiras francesas, a chegada de um partido extremista ao poder levanta preocupações", aponta o jornal maliano Malikilé. Isto é uma das preocupações para alguns países francófonos no continente africano, o receio desta ascensão da extrema-direita em França?

Eu penso que, efectivamente, para toda a humanidade, a ascensão da extrema-direita em qualquer país representa um perigo e um golpe possível à democracia existente e, como tal, por consequência, afectará toda a humanidade. É um sinal de preocupação. Nós, de uma forma geral, em África, estamos preocupados com esta situação, pelas implicações, pelas razões históricas que unem a França ao continente africano, nomeadamente aos novos países que foram colónias de França e de que têm uma relação privilegiada com a França. Naturalmente olham para o futuro com alguma preocupação - e, sobretudo, penso eu, que com muitas interrogações. Interrogações essas que nós, neste momento não podemos esquecer, nem tão pouco saber exactamente até onde elas vão. Poderá afectar as relações económicas, poderá afectar as relações de cooperação, Poderá afectar as relações existentes até seguramente a nível político. Mas as questões advêm para a imigração e, portanto, isso tudo é uma grande interrogação, é uma grande dificuldade e uma grande apreensão para todos.

A França tem ligações fortes com países luso-africanos, nomeadamente através de organizações, como é o caso da OIF?

Naturalmente porque esta situação e daí nós não conhecermos a extensão do que poderá ser uma alteração da política externa e da política africana, em particular da França. Porque não sabemos, não nos foi dito, não está enunciado de uma forma consequente. Estamos ainda a falar de valores. As indicações que nos são dadas não nos deixam tranquilos, mas têm muito a ver também com todas as organizações internacionais. Qual será a postura da França no futuro nessas organizações internacionais, relativamente a todas as matérias da agenda internacional? Qual será a posição da França? Esta questão, que afectará de forma determinante as posições das organizações internacionais? A própria Organização das Nações Unidas, onde a França está representada, onde tem assento no Conselho Permanente.

Bem como a União Europeia, que é o maior investidor em África. Que impacto é que estas eleições podem ter na Europa, já que a França é um dos dois eixos principais da organização. Pode vir a ter impacto nas relações entre a União Europeia e países africanos?

Concordo em absoluto. Uma vez mais estamos face a uma série de incógnitas, porque não se trata aqui de uma relação meramente bilateral que pode ser afectada e mesmo essa sendo afectada, não conhecemos a amplitude que poderá atingir essas mudanças, mas também a nível multilateral. Que alterações poderão existir? Não falamos só de cooperação para o desenvolvimento, que é uma questão muito importante, nomeadamente, como acaba de citar na própria União Europeia. Saber qual é o futuro da França na União Europeia. Consequências terão? O chanceler alemão e as autoridades alemãs andam muito preocupadas também com esta ascensão da extrema-direita em França. É uma situação, como digo, que não só pode trazer grandes alterações na política europeia e, por consequência, na própria política da Europa, como diz bem da União Europeia em relação a África. Nós não sabemos o que poderá acontecer porque é difícil vislumbrar exactamente tudo o que poderá acontecer neste momento. Temos neste momento algumas pistas, mas não sabemos exactamente o que vai acontecer.

Este sistema francês semi-presidencialista não salvaguarda a questão da política externa, nas mãos do Presidente Emmanuel Macron?

Sim e não. Sim, porque o Presidente efectivamente tem essa força. Não porque acaba por não ter os instrumentos para o fazer.

Isto é, uma maioria parlamentar?

Exactamente. É o sistema francês, a Constituição francesa que assim determinou. E assim tem sido. Pode servir como algum travão em relação a determinadas políticas que, mais uma vez, nós não sabemos quais serão. Em termos práticos, quando eu digo que não sabemos quais serão refiro-me à sua exequibilidade. O que é que vai acontecer em termos práticos? Será difícil neste momento, o que é que vai ser legislado? Esta é a grande preocupação de todos. No fundo, a preocupação não é só dos europeus, nem só dos africanos. É uma preocupação global porque a França, sendo um actor maior das relações internacionais, acaba por afectar grande parte dos países, nomeadamente africanos.

O site argelino TSA - Tudo sobre a Argélia - titulava esta segunda-feira o voto contra os outros. A publicação lembra que o partido de Jordana Bardella propõe acabar com ajudas sociais aos imigrantes em situação legal, prevê privilegiar a habitação social para os franceses, expulsar os imigrantes ilegais que fiquem, por exemplo, seis meses a viver de subsídios de desemprego, mesmo que tenham trabalhado durante vários anos. A União Nacional quer abolir os vistos e denunciar o acordo de imigração de 68, nomeadamente com a Argélia. Para este órgão de comunicação, o partido de extrema-direita pode criar um braço-de-ferro com parceiros do outro lado do Mediterrâneo. Este é um cenário possível?

É um cenário possível. Efectivamente, essas medidas que a extrema-direita anunciou, como acaba de referir, são algumas das medidas porque poderão haver muitas mais, poderão muitas outras decorrer dessas medidas já enunciadas. Não sabemos exactamente até onde elas poderão ir. Seguramente, em relação aos países que têm uma forte emigração em França e nomeadamente, os países do Norte de África, esta situação é lhes particularmente preocupante. Se a estas ameaças de romper acordos, nós não sabemos quais são os acordos que vão ser rompidos. Estes, por exemplo, com a Argélia, é uma ameaça, não é? Mas nós não sabemos quais são todos os outros e o que é que pode decorrer disto. A meu ver, esta é a grande dificuldade, porque não é possível, neste momento, traçar um cenário completo. Traçamos partes do cenário que já não nos agrada e que nos preocupa e não sabemos exactamente tudo o que vai decorrer desse cenário. Porque o grande medo e o grande problema é esse não se esgotar por aí?

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